Newsletter Nº5

NOTA DE IMPRENSA

O Culto dos Mortos e o Caso de Santarém

 

Decorreu no passado dia 26, na Casa do Brasil, um Colóquio/Debate, organizado pela Associação Mais Santarém-Intervenção Cívica, em que se pretendeu, como referiu o presidente da Associação,  discutir e obter respostas a perguntas como 1) Quais as consequências práticas para o culto dos mortos da entrada em funcionamento do Crematório?; 2) É ou não necessário um segundo Cemitério?;  3) Qual o ponto de situação das futuras Casas Mortuárias e da sua localização.

Ludgero Mendes identificou como muito preocupante e inqualificável a atuação prevista da Câmara com base num Edital do Tempo de Moita Flores que irá ser posto em execução e que dá poderes à Câmara para se apropriar das campas, gavetões e jazigos que não tiverem prova de pertença. Isso poderá originar a destruição de algumas sepulturas que dizem muito a Santarém, como é o caso das de figuras públicas e históricas que fazem do Cemitério dos Capuchos um repositório importante do nosso passado. A necessidade de novos espaços não pode originar aquela perda de património histórico e cultural.

Carlos Guedes de Amorim demonstrou, com o auxílio de algumas projeções, o erro que será a construção das Casas Mortuárias em S. Pedro, como parece pretender a Câmara de Santarém. Chamou também a atenção para o facto de esta ser proprietária de um terreno anexo ao Largo dos Capuchos que tem condições para albergar esta estrutura.

O Padre Aníbal Vieira, em representação da Diocese, frisou que as indecisões sobre a localização das novas Casas Mortuárias são o reflexo da falta de um planeamento adequado na cidade. Referiu também que o horário de funcionamento do Cemitério não é compatível com a vida dos cidadãos, pois depois das 15h30 não se podem fazer funerais, o que dificulta muito a gestão de horários para esse fim, tendo estes de, por vezes, se realizarem mais de 48 horas após o óbito.

O público e convidados presentes, como alguns agentes funerários, foram muito intervenientes, pondo todos a tónica de que é necessário alterar a atual situação das casas mortuárias, mas que a solução de S. Pedro não é viável, porque não tem espaço suficiente para parque automóvel e por se encontrar a uma grande distância do Cemitério, tendo os cortejos fúnebres que atravessar as zonas mais movimentadas da cidade. Foi também feito notar que o Executivo, se não tiver capacidade financeira para a compra de algum dos terrenos apresentados e próximos do Cemitério, poderá

 

 

 

negociar com os proprietários uma permuta com algum terreno ou imóvel propriedade da Câmara.

Foi consensual a rejeição de localização das Casas Mortuárias em S. Pedro e que somente a sua localização em terrenos próximos do Cemitério será aceitável.

 

Santarém, 27 de novembro de 2019